21 March 2012

Num Passado Distante...

Então que sou cheia das coisas, fresquíssima mesmo. Tipo... não gosto de pisar descalça no chão. O chão teria que estar MEGALIMPO pra eu me sentir confortável pisando no chão sem qualquer chinelo, sandália, sapato, tênis ou o que for.

Mesmo assim, sendo lotada de frescurite aguda em grau irreversível, no passado eu tive uma paixão. Arrebatadora. Me assombrou por 10, 15 anos, atrasou minha vida, e eu até já falei dela aqui no blog larguem mão de preguiça e vão procurar. E, cara, eu devia ser INSUPORTÁVEL quando falava disso. Não no meu tempo de adolescente, né, pq nessa época eu era um purgante insuportável o tempo todo. Eu falava do objeto da paixão, sonhava com o objeto da paixão, suspirava pelo objeto da paixão... fazia simpatias, das mais bizarras às mais improváveis possíveis lia João Bidu direto!; inventava motivos pra passar na frente da casa do ser; questionava minhas amigas se havia possibilidade dele ME AMAR, ME NAMORAR...

Aí que quando a gente cresce, espera-se que esse comportamento ridículo acabe. Que a gente veja que a pessoa não está tão aí pra gente, quanto a gente está para essa pessoa. Que, vendo isso, a gente tome uma atitude DE MACHO e saia de cena. Que a gente pare, olhe a situação, pense e diga "cara, não vou incorporar Maria do Bairro". Só que, nem sempre é isso que acontece.

Passei muito tempo correndo atrás de quem não merecia. Encontrava todas as justificativas possíveis e imagináveis para justificar essa corrida de cachorro atrás de pneu de bicicleta. E o pior, é que não adiantava ninguém me falar "esse aí só quer uma coisa contigo: sa-sa-safadeza, sa-sa-sacanagem". Eu não ouvia que ele não me queria, não gostava de mim, não me amava, não me desejava: só ouvia o "ele só quer uma coisa contigo". Atrasei minha vida em nome de uma ilusão por muitos anos. O pior: JUSTIFICANDO, SEMPRE, que "eu amo muito ele, meu amor por ele é puro, eu amo dele desde os 13 anos, ele é o amordaminhavidafuturopaidosmeusfilhos".

Sei bem o quanto é difícil se desapegar dessa praga dessa ilusão. A gente fica esperando que o outro diga "cara, eu não quero nada contigo". E ele nunca fala. E ele sempre vem com aquele papinho de "quero muito ser teu amigo, tua amizade é importante pra mim". E nessa é que a gente se ferra, pq acredita. E fica pensando que vai ser só amizade; mas quando o cara chega perto, é uma desgraça: vc não quer só a amizade. E quando consegue assumir pra si mesmo que quer mais que amizade, o bicho pega. O que o outro te oferece é pouco, vc quer mais - e aí, nota que MERECE mais.

Depois de um tempo, vc lembra de tudo que sabe sobre aquela pessoa/ser e começa a testar o bicho, pra ter certeza que ele NÃO TE QUER; mas querendo o tempo todo que ele te prove o contrário. Vira um jogo bem doído, onde só tem um jogador - você - e esse jogador sofre bagarai.

Um dos testes que eu fiz e que mais me doeu foi quando eu lembrei que o ser afirmava que não queria ter filhos. Então, o q euzinha fiz? Disse que queria namorar, casar, TER FILHOS com ele! Que mesmo que ele não assumisse, eu ia cuidar. O que o SER me respondeu? QUE ADORARIA TER FILHOS COMIGO!!! Acho que foi nesse dia que eu comecei a me espertar que "não, xuxua, ele não te quer como amiga, como caso, como nada: ele só quer te comer".

Enchi muito o saco de vários amigos no período que se seguiu a esse "clique". "Por queeeeeeeeeeeeee ele não me quer? Por queeeeeeeeeeeeeeee ele não me ama? Eu aaaaaaaaaaaaamo esse desgraçado, por queeeeeeeeeeeeeeeeee ele não me ama também?"; eram algumas das minhas frases da época, além da típica "cara, não posso ligar pra ele, mas eu quero muitoooooooo falar umas verdades pra ele NUNCA MAIS ME PROCURAR na vida!" - e olha que eu nem estava bêbada quando falava isso!

Somente quando me afastei, mas afastei DE VERDADE dessa ilusão, é que as coisas começaram a entrar nos eixos. Eu parei de me atrair por qualquer um. Eu comecei a me aceitar como sou/era na época. Comecei a gostar de sair sozinha, só eu mesma, comigo mesma. Voltei a aproveitar meus momentos. E conheci o Fá.

Eu sou uma pessoa feliz e tenho o Fá do meu lado, pra melhorar essa felicidade. Eu seria feliz sem ele; mas com ele é melhor. É que nem filme do Johnny Depp: o filme é bom, mas com ele, fica perfeito!

X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X


U.P.D.A.T.E. : Achei melhor explicar pros leitores que eu NUNCA na minha vida tive nada com o ser ilusório, o que não alivia em nada a situação. O sofrimento foi real e tal como descrito, mas nenhum amigo meu merecia ter passado pelo inferno junto comigo - e me aturado nesse período.

3 comments:

Luana said...

João Bidu??? risos.. q q eh isso!!!

As vezes a gente fica taaao cego, ne? Ja passei por isso tb, soh que eu tinha uns 15 anos.. hehe

Alias, quem nunca, ne?

Silvinha said...

Juro que fiquei tentada a perguntar se o nome do cara não era fulano de tal pq me vi nessa história. Intirinha de ponta a ponta. Pra vc ter uma ideia cheguei até a comprar um livro "Mulheres que amam demais" pra ver se entendia pq não conseguia me livrar dessa praga.
Graças a Deus passou, mas confesso que volta e meia quando cruzo com a pessoa eu lembro com uma pitadinha de saudosismo dos bons momentos (da minha pentelhice e choradeira não, só da parte boa)
:)
Bom blog. Voltarei.

Cristiano said...

Quem nunca sofreu por amor...