16 June 2011

Imagina quando chegar a Copa...

Essa é a frase mais ouvida pela minha pessoua, de uns tempos pra cá. "Imagina quando chegar a Copa". E olha que nós estamos "só" na metade de 2011.

Merecia até um vídeo no Youtube, com montagem de gente que falou isso na TV. Quantos minutos será que ia dar?

Entrou no ônibus lotado: "se tá assim, imagina quando chegar a Copa". Tem fila pra pegar o ônibus: "se tá assim, imagina quando chegar a Copa". Tem congestionamento na hora do rush: "se tá assim, imagina quando chegar a Copa". Os aeroportos estão uma m&$%@: "se tá assim, imagina quando chegar a Copa". Não tem médico nos postos de saúde E nem no pronto atendimento: "se tá assim, imagina quando chegar a Copa".

Ainda acho que foi besteira o Brasil ter se candidatado a sede da Copa do Mundo em 2014. Pior, acho que Curitiba não tem a menor vocação nem estrutura mínima pra um evento desses. Não tem vocação pq a maioria dos curitibanos não fala com estranhos, e não fala outra língua que não seja português. Querem um exemplo prático? Eu vos forneço.

No ano passado, eu estava no centro (indo para o fórum, provavelmente). Justamente naquele dia, teve uma suspeita de bomba na Biblioteca Pública. Aí foi aquele fuzuê que só brasileiro sabe fazer: juntou uma galera que nada tinha a ver com o pato, querendo saber qual era o babado, pq a rua e a calçada tava interditada e talz.

Assim que me interei do fato, na hora em que eu já estava indo dar a volta na quadra pra me dirigir ao meu destino, vi OUTRA muvuca. Só que no caso, era um cara alto, grande, falando em INGLÊS! Os guardas municipais E da polícia militar que estavam lá não entendiam nada que o rapaz falava, e tentavam explicar em PORTUGUÊS (obviamente, sem sucesso) o que estava acontecendo. E o cara ali, perguntando "are you nuts, man? ARE YOU NUTS? Why cannot I go to my hotel?*" (espero que quem saiba falar inglês melhor que eu não me mate). Quando finalmente entendi o barraco, me prontifiquei a explicar pro nosso amigo gringo porque ele não podia entrar AINDA no hotel.

Depois de uns 5 minutos de conversa em um english muito do capenga (pois é, só fiz um ano, então teoricamente estou no intermediate level, indo pro book 3), o amigo de outro país entendeu, saiu de perto "because the police needs to do the necessary work**" (pelo menos, foi o que eu entendi) e ficou tudo em paz. Tenho certeza de que não xinguei o rapaz. Ah, no final das contas, parece que nem tinha bomba, e nem saiu na TV a notícia. Hunfs.


Cara, se numa situação, digamos, "corriqueira", os caras não conseguem entender o MÍNIMO de inglês... "Imagina quando chegar a Copa".

Além disso, falta estrutura (não só pros jogos, como a maioria tá pensando) no país como um todo.

É de se pensar.

* Você tá louco, cara? VOCÊ TÁ LOUCO? Por que eu não posso ir pro meu hotel?
** Porque a polícia precisa fazer o trabalho necessário

15 June 2011

Educação, Consideração e Bom Senso

Eu sei que tenho que trabalhar e que vou parecer uma reclamona de marca maior. Talvez depois dos 30 a gente fique rabugento, mesmo. Mas o que vou postar aqui, com certeza, tem pouco a ver com rabugice.

Quando eu era criança, lá em casa minha mãe SEMPRE nos ensinou a tirar nossos pratos da mesa. Sempre. Assim, via de regra, lá em casa é assim: comeu, tira o prato da mesa e põe na pia pra lavar. Às vezes acontece de um ou outro estar com pressa ou até mesmo esquecer de tirar o próprio prato, mas é mais exceção do que regra.

Quando íamos comer em algum restaurante self-service, e que tinha espaço para colocar as bandejas, mesmo a gente tendo em volta de 10, 12 anos, minha mãe fazia questão que a gente tirasse as bandejas e pratos da mesa. E nós crescemos assim.

Quando vou com meus pais, meus irmãos, meu namorado, meus amigos, ou até mesmo ao shopping e paro pra comer, é inevitável: terminando de comer, eu olho em volta pra ver se tem alguém precisando da mesa e já vou tirando bandeja, papel, copo, tudo que possa "sujar" a mesa e já vou dando indicação pra pessoa que ela pode ocupar a mesa.

Por isso mesmo, quando fui em um Shopping daqui de Curitiba, pra almoçar correndinho, e me dei conta do quanto tem adolescente mal-educado, sem consideração e sem um pingo de bom senso na cara espinhenta e que não se deram ao trabalho de levantar suas bundas sem celulite da cadeira, pegar a bandeja com os restos mortais de seus sanduíches (e acompanhamentos) e levar até o local reservado - olha só! - especialmente para isso. Além dos adolescentes, também vi jovens universiotários fazendo cara de c@ em relação à mesma situação.

O fato é: nem todo mundo PREFERE almoçar fast food em shopping todo dia. Tem gente que almoça lá porque tem um horário de almoço apertado e o local mais próximo do trabalho é justamente o shopping. Às vezes, é a opção mais barata (considerando o panorama geral).

Essa galera sai do trabalho após as 12h00, deve caminhar em torno de 10, 15 minutos, até chegar na praça de alimentação do shopping. Enfrenta uma fila monstro pra comprar o almoço, pode até passar uns bons 10 minutos esperando pra ser atendido e mais 10 pra receber o pedido (exceto em caso de self-service). Depois, vem a batalha pela mesa (no caso, qualquer mesa), que pode durar até 20 minutos (eu já fiquei mais de 30 em pé, esperando mesa). Por fim, esse pessoal termina de comer, recolhe tudo em sua bandejinha, leva até o local "indicado" - quer dizer, não tem local INDICADO, mas que é de fácil localização; e volta correndo pra passar mais 4 horas (pelo menos) até o fim do seu expediente.

Se o pessoal que espera até 30, 35 minutos pra almoçar e voltar correndo pro trabalho, perde no máximo 3 minutos levando sua bandeja da mesa até o suporte "bandejístico", POR QUE DIABOS E DIABAS COLORIDOS OS ADOLESCENTES (ESPINHENTOS OU NÃO) E OS UNIVERSIOTÁRIOS EM INÍCIO DE GRADUAÇÃO NÃO PODEM FAZER O MESMO? Por que eles são tão "melhores" que não podem pegar em suas mãozinhas tratadas a leite de cabra, creme Monange e Óleo de Amêndoas Paixão uma maldita bandeja que não chega a pesar 500g e levar, numa caminhada que nem é extenuante, ao maldito lugar onde devem ser colocadas as bandejas?

Fiquei observando hoje no Shopping daqui de Curitiba. NENHUM adolescente e/ou universiotário tirou a bandeja usada, o copo vazio, a caixa de sanduíche suja da mesa que estava ocupando. Tudo bem, tem o pessoal da limpeza pra isso. Mas não vai lascar o esmalte tirar a bandeja da mesa. Vc usou, não usou? Foi buscar lá no fast, não foi? CUSTA levar a bandeja de volta? CUSTA colocar o que está em cima dela no lixo e a bandeja sobre a lixeira? CUSTA ser educado?

Eu falo que tirar a bandeja da mesa é também questão de consideração justaNente por causa da galera da classe trabalhadora, e das mamães que vão com seus filhinhos fiasquentos nos shoppings, na hora do rush da alimentação.

A galera trabalhadora à qual me refiro não é só quem vai almoçar lá. Tem o pessoal da limpeza, que só no Shopping aqui de Curitiba deve ter umas 200 mesas pra limpar. E limpar não é só passar o paninho com o sprayzinho e tchuns. Os caras têm que tirar bandeja que nego porco deixou na mesa (muitas vezes, a mesa tá toda lambuzada de sal e ketchup e mostarda e maionese e molho e refrigerante e seilámaisoque), passar paninho, levar até o "bandejódromo", separar copo, canudo, guardanapo sujo, prato, talher... jogar o reciclável na lixeira reciclável, passar esfregão no chão, trocar os sacos plásticos das lixeiras... E isso é só o que a gente vê na praça de alimentação, fora o que a gente não vê. Custa ter consideração por essa galera?

Custa ter consideração com as mamães, papais, vovós e vovôs que levam suas criancinhas barulhentas ao shopping pra fazer um lanchinho e têm que ficar um tempão esperando mesa que os adolescentes espinhentos e não espinhentos (pra não falarem que estou sendo preconceituosa) não liberam - pq tem TROCENTAS mochilas ocupando TODAS as mesas disponíveis enquanto eles ficam em frente a 4 lanchonetes contando as moedas e vendo em qual irão gastar e qual lanche irão pedir.

Sabe, quando eu vejo esse pessoal que não se toca que é falta de educação deixar resto de comida na mesa que outra pessoa irá usar (principalmente entre 12h e 14h); que não se toca que é falta de consideração tanto por essa galera quanto pela galera que vai limpar a praça de alimentação; que não se toca que é falta de BOM SENSO não tirar uma mísera bandeja da mesa depois de terminar de comer... Me dá vontade de chegar presses animais e falar: "escuta aqui, vcs não têm casa? A mãe de vcs não deu educação, não? Vcs acham bonito deixar até 10 pessoas esperando vcs desocuparem uma mesa enquanto batem papo pra decidirem qual o maldito lanche de sempre vão pedir? Vcs gostam de chegar na praça de alimentação e as únicas mesas disponíveis estarem cheias de bandejas e restos de comida dos outros?"... E então esfregar a linda carinha da juventude curitibana criada a leite B nos malditos sachês de mostarda, ketchup e maionese que eles deixam nas mesas, virar os restos de refrigerante que restaram em seus copos com refil grátis de meia hora em cima das camisetas Lee e Cavalera pagas em 29798 prestações SEM JUROS.

Esses últimos eu tenho vontade de fazer porque, se eu simplesmente ficar falando sobre cidadania (e, sim, meus caros, eu acho que é cidadania deixar o local utilizado, seja ele onde for, parque ou shopping, LIMPO e UTILIZÁVEL para os próximos), eles vão me olhar com cara de vaca de presépio e dizer "Mu? Mumumu? Mumu!" e rir da minha cara.

13 June 2011

Alguém empresta aí?

Estou desesperadamente necessitada de um pouco de ânimo pra trabalhar, hoje. Sim, tenho prazos para a próxima semana, tenho análises de processos pra fazer, tenho uma porrada de assuntos pessoais pra resolver... Mas tudo isso vai embora com meia dúzia de palavras proferidas por uma única pessoa.

Não devia ser tão dolorido, não é? Sabe quando vc bate tantas vezes o braço que depois de um tempo batendo nem dói mais? Eu queria que fosse assim, simples. Tipo, que ouvindo essas mesmas reclamações volta e meia, isso parasse de incomodar e eu pudesse levar em frente, sem me importar com as reclamações que virão (pq, certamente, elas virão).

Engraçado como às vezes eu PRECISO ficar sozinha, curtindo minha tristeza, e sinto que não POSSO. Como se eu precisasse ser perfeita o tempo todo. Enche o saco esse negócio de serboafilha/serboairmã/sernamoradaperfeita/serprofissionalcompetente/serbemremunerada/sergatagostosasarada/seramigairmãcamarada/serinteligente/serbemhumorada/estarsempredisponívelpratodomundootempotodo/sabereducarobichodeestimação/comerdireitinhopranãoengordar/nãovirarfanáticadeacademia/nãofaltaracademiaporcausadegripeoudefrio... isso cansa. Deveras.

Eu já estou cansada de tentar ser perfeita em tudo. O tempo todo. Chega final de semana e eu já não estou mais ficando feliz (#fato). Chega 6a.-feira e eu já estou pensando em tudo que tenho pra fazer (ou deveria fazer). E chega na noite do domingo, eu já estou me culpando pq: 1) não consegui fazer nada do que eu havia me programado; 2) não descansei porra nenhuma; 3) acumulei tudo pra próxima semana.

Quer um exemplo? Este final de semana, foi Dia dos Namorados (êêêêêêêêêêêê!). Durante a semana, eu pensei em como me organizar para limpar o quarto, ajudar em casa, arrumar o guarda-roupa, fazer as unhas, fazer depilação, arrumar o presente do meu namorado, dar banho no cachorro e levar ele pra passear, além de estudar um caso pro trabalho. Pergunta: disso tudo, o que eu fiz? NIENTE! Nada.

Uma vez li nãoseionde que, quando a gente está num ritmo muito acelerado, a vida faz a gente parar na marra. O que me aconteceu, então? Acordei com uma GRIPE federal, a mesma que me atacou na semana passada e me fez faltar no serviço E na academia. Mesmo assim, eu levantei (contra a vontade) da cama e me propus a fazer todo o planejado (#NoivaCadáver feelings, "de acordo com o plano"). O mau-humor começou a dar as caras.

Resolvi almoçar no quarto, pq não estava me sentindo NADA bem... Tomei uns 3 comprimidos de antigripal pra aguentar o tranco, que resultaram num sono plácido até aproximadamente 9 da noite (o horário certinho eu não sei)... E como quando estou gripada fico de mau-humor, e sensível por conta da TPM #tudojuntoemisturado, achei melhor não obrigar NINGUÉM a me aturar. Isso tudo resultou em uma aparência monstruosa, fiquei sabendo que acharam que eu estava de birra (pra não falar nada do que ouvi), e só podia dar em m&%#@.

Resultado do final de semana? O pior Dia dos Namorados EVER, um mau-humor do cão, uma impossibilidade psicológica BIG pra trabalhar... E isso que ainda são 10h48m (eu já devia ter começado algum trabalho, e tou aqui, #matandotempo). Nem pra blogar no Eu, 31 Anos, Tentando Emagrecer tive paciência/vontade/ânimo/disposição.

Deviam vender blindagem pro psicológico em farmácia, ia vender horrores.

06 June 2011

Então...

Pois é, e então. Eu estou aqui no escritório, com trabalho até o pescoço, e com uma vontade eloooooooooooorme de sair correndo.

Detesto quando tenho uma porrada de coisas pra postar e não consigo, pq justaNente na hora de digitar, é que as idéias resolvem sair correndo. Tou meio que nem o Tico Santa Cruz: de manhã (às vezes, às 06 da matina, acordo com idéias) enquanto estou sozinha e/ou dentro do ônibus, as melhores idéias, com os melhores posts, estão fervilhando na minha cabeça - e eu não posso postar. Cheguei em frente ao micro, no escritório, em casa, na rua, na fazenda, ou numa casinha de sapê, foi-se o cafezal da viúva, não tem mais como conseguir de novo o post.

Hoje de manhã, por exemplo. Eu estava bem feliz pensando em um post maravilhoso sobre machismo X feminismo, tal e coisa, e em como essa porcaria de guerra dos sexos só atrapalha a nossa vida e convivência pacífica. E também em como o politicamente correto (ou tediosamente correto/politicamente chato) também deixa as pessoas burras, com medo de se manifestarem e podem levar a processos ridículos, desnecessários e totalmente fora de contexto como o desta notícia aqui.

Então, eu cheguei no escritório, depois de 4 dias em casa (5a e 6a por conta da gripe; sábado e domingo por DSR), cheia de coisas pra fazer... Mal pirei no meu outro blog, que fala quase que só de esmagrecimento (às vezes é chato/cansativo/pé no saco, mesmo ter que bater só numa tecla em blog); e aí já viu...

Antes de eu entrar no blog, não tinha idéia do que postar. Agora as idéias tão saindo meio que sem controle, acho que estou precisando de férias, já. Fico chateada com algumas coisas que acontecem no trabalho, em casa, na academia, na vida pessoal e afetiva, mas sempre relevo. Não é fácil comer feijão sentindo cheiro de picanha e fazer de conta que está tudo bem, mas a gente aguenta até onde pode. E vou te contar, viu? A gente aguenta muito mais do que acha que aguenta.

Sempre achei que não ia suportar ficar num trabalho em que eu tivesse que trabalhar com prazos apertados, precisasse limitar a minha criatividade, ficar enfurnada em horário "rígido", e sem férias. Sempre achei que ia ser meio artista, sei lá.

Hoje em dia, eu vejo que até que tem suas vantagens o trabalho que eu realizo: tenho CERTEZA de que depois do dia X, um trabalho feito vai ser entregue, e dificilmente vai me incomodar novamente. Tenho certeza de que irei entrar às X horas, e sair às Y horas, e que dificilmente vão me pedir pra passar do horário. O que me incomoda? O medo de ficar engessada nisso, e não crescer.

Por isso que eu adoro ter blogs. Porque lá/aqui eu me liberto, posso me expressar livremente, na hora que eu quiser, como eu quiser, o tanto que eu quiser. E ninguém vai me encher o saco por isso.

E que venha neguim me dando porrada e processo por isso. Tou louca pra desestressar em cima de alguém acho que preciso de um chocolate e ir ao shopping. A louca!