É engraçado como a internet, o e-mail, o orkut e tantas outras coisas mudam a vida da gente.
Antes eu não conseguia passar um dia sem ler, responder e encaminhar meus e-mails; não podia passar um dia (que dirá uma semana!) sem ver meu orkut; e deixar de postar no meu blog, deixar de visitar meus sites e blogs favoritos...
E isso foi perdendo espaço e importância de três - digo, dois anos pra cá. Os emails bonitinhos começaram a ser repetitivos, ou seja: cada vez que vejo um e-mail com o assunto "Lindo", "Vc vai amar", "Muito Fofo", é a senha para eu ligar o automático e deletar o e-mail, sem dó nem piedade - e, via de regra, sem ler. Já li tantas vezes que Jesus me ama; que o menino sabia que ia morrer e disse isso aos pais e irmãos; que o cachorrinho era manco e foi comprado por um menino manco, que isso já não me atinge mais.
Agora, só passo adiante uma ou outra piada; um ou outro vídeo; uma ou outra mensagem. E tudo no CCO, para evitar que algum e-mail mal-intencionado invada minha conta, azede o leite e queime o HD. Duros tempos, duros tempos...
Antigamente (putz, antigamente eu falava antigamente quando algo tinha mais de DEEEEZ ANOS), não ler o e-mail de alguém significava quase uma ofensa pessoal: a pessoa tirava uma parcela do próprio tempo, pesquisando nos próprios e-mails uma belíssima e construtiva mensagem sobre a miséria no mundo, e eu retribuía simplesmente deletando a mensagem??? Não, meus amigos: eu também entupia as caixas de e-mail dos meus contatos (sim, porque quando eu abri a minha primeira conta de e-mail, tinha vários contatos!) com mensagens edificantes, belíssimas e extremamente carregadas.
Hoje em dia, dou uma rápida olhada na página do Hotmail: tem o clipezinho indicando anexo? Dependendo do assunto, eu não leio, não abro, não encaminho, deleto e não me sinto culpada por isso. Ou seja, não me estresso mais com isso.
Orkut tb já teve papel mais importante na minha vida. Cheguei a entrar em quase 300 comunidades, das mais bizarras às mais sérias. Agora, não. Metade das quase 150 são bizarras, e uma boa parte é séria - mas todas revelam um pouco do que sou.
Hoje em dia, o Orkut não é nada mais do que mais um modo de saber notícias de amigos e parentes distantes. Ainda fico decepcionada quando não tem uma quantidade enoooooooooorme de recados na minha página, e não tem comentários nas fotos, mas mesmo assim, não me estresso. Aquela coisa de "quer saber? Já foi".
Quando diziam que a internet ia dominar o mundo, eu juro que acreditava: era site de tudo, blog de todo jeito, tudoaomesmotempoagora. Agora estou vendo que não é bem assim, já que uso a internet mais pra trabalhar e comunicação (realmente!) do que para me divertir.
Foi a mesma coisa quando surgiu a televisão: diziam que o cinema ia acabar. A internet ia acabar com os livros. A internet ia manter todos muito mais em casa. E quer saber? Nada disso acontece realmente. Pq todo mundo convive muito bem, hoje em dia, com a sua vida real e a sua vida virtual - até mesmo os que são bitolados em internet... Até mesmo os viciados em computador.
Só sinto falta mesmo do micro, da internet, quando estou no ônibus: infelizmente, as minhas melhores idéias para textos surgem justamente enquanto estou me equilibrando para me manter em pé.
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